O que une as pessoas com o mesmo grupo sanguíneo? Deixando de lado as dietas pseudocientíficas de tipo sanguíneo e os horóscopos japoneses, decidimos falar sobre as pesquisas mais recentes de cientistas neste campo. O link para o estudo está no final do artigo.
Quatro grupos sanguíneos foram descobertos por Karl Landsteiner em 1900. Dentre os 35 diferentes métodos de classificação de grupos sanguíneos, esse sistema é considerado o mais importante, principalmente para transfusões. No entanto, a humanidade aprendeu pouco sobre as funções dos grupos sanguíneos desde então. A devida atenção foi dada a este tópico apenas durante a última década.
Os cientistas descobriram que pessoas com o mesmo tipo sanguíneo têm o mesmo risco de contrair certos tipos de doenças. Em particular, os cientistas estabeleceram uma ligação entre os grupos sanguíneos e o risco de desenvolver certos tipos de cancro, doenças cardiovasculares e algumas doenças infecciosas. Foi demonstrado que os tipos sanguíneos influenciam a suscetibilidade à pancreatite e doenças gastrointestinais. Entre todos os tipos sanguíneos, o primeiro apresenta o menor risco para a maioria das doenças.
Oncologia
Vários estudos epidemiológicos recentes mostram que pessoas com o primeiro tipo sanguíneo têm menor risco de desenvolver cancer do pâncreas.
Outros estudos descobriram que o segundo tipo sanguíneo apresenta um risco aumentado de desenvolver câncer de estômago.
Doenças cardiovasculares
As metanálises confirmam que o segundo, terceiro e quarto grupos apresentam maior risco de trombose venosa. Isto está associado ao aumento da circulação nestes grupos do fator Willebrand, responsável pela coagulação do sangue. O primeiro grupo, portanto, apresenta menor nível desse fator no sangue e menor risco de trombose.
Com base nisso, pessoas do primeiro grupo sanguíneo também apresentam menor risco de acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e doença arterial periférica.
Doenças infecciosas
Pessoas com o primeiro grupo sanguíneo são mais propensas a danos causados pelo Helicobacter pylori, que infecta o estômago e o duodeno. Além disso, essas pessoas são suscetíveis a doenças causadas pelo vírus da cólera, Escherichia coli e norovírus (que causa doenças gastrointestinais).
No entanto, as pessoas com o primeiro grupo sanguíneo recuperam da malária mais rapidamente e a doença é mais fácil para elas. Este resultado para o primeiro grupo foi comprovado experimentalmente e com a ajuda do GWAS (estudo do genoma).
Se o seu grupo sanguíneo tem predisposição para alguma doença, isso não significa que você necessariamente ficará doente. Confie sempre no bom senso e no seu próprio bem-estar, siga as regras de higiene e segurança e não atrase a ida ao médico quando houver necessidade.
Fonte: DONOR
Pesquisar:
Grupos sanguíneos e oncologia: Estudo de associação genômica identifica variantes no locus ABO associadas à suscetibilidade ao câncer de pâncreas. Risco de câncer de pâncreas e alelos do grupo sanguíneo ABO: resultados do consórcio de coorte de câncer de pâncreas. Relação entre câncer de estômago e grupos sanguíneos ABO. Risco de câncer gástrico e úlceras pépticas em relação ao tipo sanguíneo ABO: um estudo de coorte.
Grupos sanguíneos e doenças cardiovasculares: grupo sanguíneo ABO, outros fatores de risco e incidência de tromboembolismo venoso: a Investigação Longitudinal da Etiologia do Tromboembolismo (LITE). Grupo sanguíneo não-O: um importante fator de risco genético para tromboembolismo venoso.
Grupos sanguíneos e doenças infecciosas: O status secretor e a infecção por Helicobacter pylori são fatores de risco independentes para doença gastroduodenal. A resposta de Tirumalai Kamala a Por que meus amigos americanos ficam doentes com norovírus todo dia de Ação de Graças, mas nunca vi um cidadão russo ficar doente com norovírus em sua terra natal? O sistema de grupo sanguíneo ABO e a malária por Plasmodium falciparum. O grupo sanguíneo O protege contra a malária grave por Plasmodium falciparum através do mecanismo de formação de rosetas reduzida. A variação comum na glicosiltransferase ABO está associada à suscetibilidade à malária grave por Plasmodium falciparum.
